No dia 16 de setembro, uma tragédia abalou não apenas a cidade de Duque de Caxias, mas toda a sociedade brasileira. A pequena Heloísa dos Santos Silva, com apenas 3 anos de idade, perdeu sua vida após nove angustiantes dias de internação no Hospital Adão Pereira Nunes. O motivo dessa tragédia? Um tiro na cabeça disparado por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma abordagem no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica. A morte de Heloísa nos faz questionar não apenas a responsabilidade dos envolvidos, mas também a necessidade urgente de repensar a violência policial em nosso país.
Heloísa foi atingida por um tiro na cabeça em 7 de setembro, durante uma abordagem da PRF. Desde então, sua batalha pela vida mobilizou não apenas sua família, mas toda a comunidade. No entanto, neste sábado, a notícia da sua morte às 9h22 trouxe um profundo luto a todos que acompanhavam sua história. Segundo informações divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde, a criança sofreu uma parada cardiorrespiratória irreversível naquela manhã, agravando ainda mais seu já delicado estado de saúde.
Os nove dias que Heloísa passou no Centro de Terapia Intensiva (CTI) foram marcados por momentos de esperança e angústia. Na quarta-feira anterior ao seu falecimento, ela havia tido uma pequena piora em seu estado de saúde, que já era considerado instável e gravíssimo. A criança chegou a ser reanimada após uma parada cardíaca, um episódio que acentuou a apreensão de todos que torciam por sua recuperação.
A família de Heloísa, representada por sua prima Lorrany Santos, fez apelos constantes por orações e solidariedade. Lorrany, em um desabafo nas redes sociais, clamou pela vida da menina e pediu apoio da comunidade em um momento de sofrimento insuportável.
A PRF emitiu uma nota de pesar após a confirmação da morte de Heloísa. Na nota, a instituição expressou suas condolências à família e reforçou seu compromisso em acompanhar a família da vítima para oferecer acolhimento e apoio psicológico por meio da Comissão de Direitos Humanos. No entanto, fica a pergunta: o que podemos aprender com essa tragédia?
No primeiro depoimento prestado pelos policiais envolvidos à Polícia Civil, o agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram a menina. Ele alegou que a atenção dos policiais foi atraída para o veículo Peugeot 207, que supostamente indicava ser roubado. Os policiais seguiram o veículo, ligaram a sirene e o giroflex na tentativa de fazê-lo parar. No entanto, após cerca de 10 segundos seguindo o carro, ouviram um som de disparo vindo da direção do veículo da família de Heloísa. Esse suposto disparo os levou a acreditar que estavam sob ameaça iminente, e Fabiano Menacho disparou três vezes na direção do Peugeot.
Os outros agentes presentes no momento corroboraram a versão de Fabiano Menacho. Desde o início, a família afirmou que o tiro que atingiu Heloísa partiu de uma viatura da PRF.
Diante dessa tragédia e das contradições nos relatos, é fundamental que a sociedade brasileira exija uma investigação rigorosa e transparente. O uso da força letal pela polícia deve ser a última medida, tomada apenas em situações de legítima defesa e após esgotadas todas as alternativas não letais. A vida de Heloísa foi interrompida de forma covarde, e sua morte deixa cicatrizes profundas na sociedade.
Além disso, é fundamental que essa tragédia nos faça refletir sobre a necessidade urgente de reformas no sistema de segurança pública do Brasil. A violência policial não pode ser tolerada, e a impunidade não pode prevalecer. A criação de mecanismos eficazes de controle e responsabilização das ações policiais se torna imprescindível para evitar que casos como o de Heloísa se repitam no futuro.
Neste momento de luto, solidarizamo-nos com a família de Heloísa e pedimos justiça em seu nome. Que sua morte não seja em vão, mas sim um grito de alerta para a necessidade de uma transformação profunda no sistema de segurança pública do Brasil. A vida de Heloísa nos lembra que cada cidadão merece respeito, dignidade e segurança, independentemente de sua idade, raça ou origem social. É hora de agir e garantir que tragédias como essa não se repitam.
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