Regina Goulart, atriz conhecida por sua participação na formação original da peça “Bailei na Curva” em 1983, faleceu aos 69 anos nesta quinta-feira (4). Ela lutava contra um câncer de mama com metástase nos últimos cinco anos e veio a óbito em sua residência, localizada em Vila Velha, Espírito Santo, onde viveu nas últimas duas décadas.
Regina Goulart, conhecida por sua marcante atuação como Dona Elvira e Ruth no espetáculo “Bailei na Curva” de Júlio Conte, além de dedicar-se ao trabalho voluntário no Espírito Santo, faleceu aos 69 anos. Segundo Renata Fiuza Alves, esposa do enteado de Regina, a atriz se afastou dos palcos há alguns anos, mas continuou engajada no ensino da arte dramática para jovens em Vila Velha, onde residia.
“Nascida em Porto Alegre e formada pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS, Regina não teve filhos. Ela deixou seu marido, Geferson Alves, com quem foi casada por mais de 25 anos, e o enteado, Dinerson Fiuza Alves. Admirada por sua paixão pelo mar e pela vida, Regina era uma presença querida na comunidade, participando ativamente do coral da igreja, auxiliando em lares de idosos e dedicando-se à criação de bijuterias.”
A cerimônia de despedida de Regina Goulart será realizada nesta sexta-feira (5) em Vila Velha.
Amigos
Marcos Breda, que atuou ao lado de Regina Goulart no elenco de “Bailei na Curva” em 1985 e na reencenação de 1994, destaca a grande contribuição da amiga para as artes cênicas do estado, ressaltando seu papel fundamental em um personagem marcante do teatro:
“Regina era uma atriz excelente, uma colega maravilhosa e uma pessoa adorável. Embora não nos víssemos há algum tempo, mantínhamos contato pelas redes sociais. Ela sempre tinha um bom humor contagiante, compartilhando vídeos, brincadeiras e coisas engraçadas. Conviver com ela era sempre estimulante por causa de seu talento incrível.”
Márcia do Canto, uma das precursoras do “Bailei na Curva” ao lado de Regina Goulart, destaca a trajetória marcante da colega no teatro, que embora breve, deixou um legado significativo. Além de atuar em peças como “Não Pensa Muito que Dói” em 1982 e “Cabeça-quebra-cabeça” em 1986, ambas de Júlio Conte, Regina foi homenageada pelo próprio autor em uma postagem recente.
Márcia menciona que, com a doença, Regina foi se isolando, mas ainda assim mantinham contato através de ligações longas e conversas profundas ao telefone:
“Ela era uma profissional extremamente intensa, com uma veia dramática poderosa e também habilidade na comédia. Era notável como conseguia transitar entre esses dois universos. Regina era dedicada aos personagens, à pesquisa e era uma parceira incrível, muito amiga. Mantivemos contato ao longo de toda a vida,” relata Márcia do Canto.
Saiba mais:
Bailei na Curva é uma das peças de maior sucesso do teatro gaúcho. O argumento, roteiro e texto final são de Júlio Conte, baseado em improvisações dos atores Flávio Bicca, Márcia do Canto, Lúcia Serpa, Hermes Mancilha, Regina Goulart e Cláudia Accurso
Personagens centrais
Ana – a filha de um militar que, em sua infância e adolescência, gosta de Pedro.
Pedro – jovem cujo pai é um sindicalista ligado ao antigo PTB, e a mãe, D. Elvira, é uma costureira.
Gabriela – irmã de Pedro; sonha ser médica.
Caco – filho de um empresário em ascensão e engajado no movimento militar; acredita em Deus, pátria e família; mora na frente da casa de Paulo.
Paulo – filho de um professor universitário e ideólogo da esquerda.
Ruth – a gordinha da turma, cuja mãe é diretora do colégio.
Luciana – a irmã mais moça de Ruth.
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